Aconteceu de novo.
Tive de fugir. Fugir de todos, de tudo, abandonar as responsabilidades e esconder-me. Deixei de ver, fiquei turva, o meu único objectivo concentra-se em sair dali o mais rapidamente possível.
Um ataque de pânico
palavras que me assombram há anos que parecem não ter fim
normalmente tenho-os conseguido controlar, não entendo
hoje a racionalização não teve efeito.
O medo torna-se gigante, asfixia, a sensação de não ter nada nem ninguém que me proteja naquela momento ou sempre
a única coisa que me vale, são as pernas. Correr. Correr o mais depressa que consigo para qualquer lugar, e quando o encontro, esse "qualquer lugar", ficar durante horas imóvel, a chorar e a tremer.
Uma mágoa de nada que parece impossível de suportar, um calor insuportável juntamente com arrepios, vómitos, lágrimas, e desta vez tive sorte, não surgiram os espasmos ou as convulsões, nem desmaiei.
Ainda estou a tremer de uma forma que me assusta sempre. Um nó que parece vir da ponta dos pés, atravessa a o estômago, a garganta e atinge violentamente o cérebro, sendo sempre grande e largo demais para todos os espaços do meu corpo. Sinto que vou rebentar.
Pensava que fosse de uma situação em particular quando reflicto sobre isso
mas agora, após tanto tempo sem a sua repetição, reparo que quase desde sempre, tive reacções deste género
desde criança
e estou saturada
muito saturada deste medo constante de ter medo.
Preciso de uma solução, não posso continuar assim. Mesmo esporadicamente, é horrível, e não quero isto para mim
não quero que isto acompanhe a minha caminhada por aqui. Preciso de me acalmar e encontrar a solução.
Logo eu que amo a liberdade de tudo