Amarraram-me ao chão. No meio de nada, cheia de lama. Sinto a força das correntes que não me deixam contrair o suficiente. Deitada aqui, farta de espernear, paro e penso. Analiso as tuas palavras, o teu olhar. Revejo-me e desejo.
Aglutino tudo. As vÃsceras contraem-se repetidamente numa batida paralela ao coração que me faz tremer, suar um pouco e prolongar o minuto até ao arrastamento das horas não o suportar mais. Até ter de fechar os olhos.
Estão a crescer raÃzes de dentro de mim em direcção ao céu. RaÃzes que vão fazer crescer a planta que não deviam, raÃzes que nasceram ao contrário, que vão crescer ao contrário de todas as outras. RaÃzes sôfregas, que se prolongam até onde queirasÂ…até que decidas não regar mais esta planta desnutrida de vidaÂ…
Pinto os lábios de sedução. Trago um sorriso no canto dos lábios, quase sempre pronto para ti. Mas tens de me desamarrar primeiro…vá lá…anda, caminha para mim.
Acordo de um sono pouco profundo numa noite esbelta.
Na réstia de um toque delicado, definho.
Reencontro-me em temperaturas escaldantes, pedaços soltos e agudos de harmonias que me escorrem pela pele.
Afunilo-me para a espera do sorriso anunciado e sem o desmentir, corro para ele. Como se nada importasseÂ…Como se nada importasse mesmo.
(Ergui-me da cama e ofereci às mãos as palavras que me assaltam a mente antes de adormecer. Costumo tentar perpetuá-las em qualquer pedaço de papel amarrotado que a alma pensa encontrar, agradece o descanso, e engana-se.)
Ainda sinto o ardor, a queimar, a percorrer libertino o caminho da vida, deixando-me adocicada de sons. Pouco mais e sou pena flutuante a caminho do horizonte, em busca da luz perdida por pouco mais tempo.
Hei-de sentir. Que prazer! Escrever ao sabor dos dedos, nada preocupados com a beleza arredondada das letras. Que prazer! Escrever, deslizando suavemente a esferográfica pelo pensamento pouco incomodado pelos condicionamentos dos seus similares. Livre.
A calma que me enche a casa e o peito esgotariam todas as cargas de esferográficas que tenho por aquiÂ…Sinto-a plena, bela, esgotante em palavras. Uma maratona imperdÃvel para prolongar agora e por outros diasÂ…
Não estou esgotada mas de súbito apetece-me o conforto dos lençóis. Deve ser por me ter lembrado da falta que tenho do teu.
(Imagem de Marcin Klepacki)
De
Carlos a 5 de Agosto de 2005 às 07:39
acorda-me....................
Acorda-me com um beijo, exalando desejo, tateia meu corpo, com os dedos brincando, voraz procurando, num jeito safado, o tesão despertar......
Invade minha boca, com fúria tão louca, desvairada me morde, num furor que explode, e qual banho de gato, sua lÃngua faz trato, passeando em minha pele, num completo explorar......
Como nunca se viu, uma fêmea no cio, se contorce igual cobra, a queimar se desdobra, aprofundando carÃcias, com toques de malÃcias, deixando-me a beira, de um orgasmo alcançar......
Vejo-me submisso, a olhar tudo isso, um gostoso feitiço, permitindo que ela, com um ar de donzela, se transforme em minha ama, em minha soberana, a buscar em meu corpo, seu tesão aplacar......
Sinto-me dominado, invadido, sugado, sem poder fazer nada, contra a tara safada, dessa fêmea no cio, de um amar arredio, que me traz calafrio, ao montar sobre mim, numa ardência sem fim, sussurrando em meu ouvido, pra aumentar a libido, enquanto me devora, num febril cavalgar......
Ainda não satisfeita, com uma manobra perfeita, vira-se e se deita, a me determinar, que lhe possua agora, num penetrar sem demora, pois já está ardendo, e pressente o momento, do gozo chegar......
Prontamente obedeço, o meu membro bem teso, em sua gruta umedeço, me infiltrando no ninho, com muito carinho, e em estocadas potentes, que nos deixam dementes, gozamos gostoso, num prazer grandioso, sentindo as seivas viscosas, a se misturar......
Tornei-me prisioneiro, deste amar verdadeiro, que me faz um escravo, a alimentar com ardil, o desejo vadio, dessa fêmea no cio, que entrou em minha vida, me trazendo guarida, experiente ensinando, quando está me amando, como o auge se atinge, de um completo gozar......
Por onde para a menina! tenho saudades dos teus artigos. Um beijo enorme, fica bem
De
eu33 a 29 de Julho de 2005 às 15:42
A saudade de ler o que escreves trouxe-me de novo, embora nada de novo eu traga. AS palavras que preenchm este post são tão intensas q me fizeram imprima-las. Não só para as ler, mas tb p m sentir reconfortada. Estou tão cansada... Fica bem,
De
barmaid a 18 de Julho de 2005 às 12:50
Adorei...simplesmente lindo e bastante intenso...
Beijokinhas,
Fica bem
Entretanto encontrei o teu comment no blog da Ermelinda (também visitas o sabor das palavras?) e lá encontrei mais um ponto em comum. Aparece no msn...
Querida VampÃria, o que as tuas visitas me agradam! A música (bem sei, devia estar identificada no blog, vou já tratar disso) chama-se "mad about you" e é dos Hooverphonic. Se tiveres mail onde caiba, diz, posso enviar-te esta e as outras do álbum, cada uma mais fantástica que outra :)
Texto profundo, cheio de significados escondidos nas esquinas de cada sÃlaba. Palavras que transpiram emoções... fragmentos de sentimentos que se procuram depurar através de uma catarse mÃstica onde sonho e realidade se misturam numa empatia bem conseguida. Parabéns. E, já agora, obrigada pela visita ao meu cantinho.
De
castor a 11 de Julho de 2005 às 20:26
Ai, ai, tu ainda vais tendo os lençóis... agora eu, pobre castorzinho, rodeado de paus e gravetos...gostei muito do teu texto (bem escrito, sim senhor).
De Lídia a 11 de Julho de 2005 às 13:09
o teu blog esta espetacular...ja agora obrigada pela dica,um dia destes mudo isso...por enquanto fica assim...continua que ta muito fixe...
Está aberta aberta a guerra dos sexos no meu post, pois no blog é uma constante...convoco-te a dar a tua opinião..aparece. Beijócassssssssss e boa semanóca
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