Corpo, corpo, corpo.
Alma, alma, alma.
Cresço, corro, sofro.
Paro, penso e morro.
Coração bate em palpitações rítmicas
Que não conheço,
Num som que não conheço:
Tum tum, Tum tum.
Toca, cheira, sente.
É estranho,
Assustador e claro.
Fingindo a calma, os olhos irradiam escuridão,
As mãos tremem e suam.
Sensualidade perdida
Que floresce num mundo desconhecido,
Alagado, sombrio e distante
Tal como eu
sozinha
Galáxia? Universo? Deus?
Terra, mundo, chão, água
Bactérias, barulho, poluição.
Escarros perdidos na calçada,
Verdes e amarelados, podres como quem os vomitou.
Sente, sente!
Olha
o corpo
corpo
corpo
Alma, alma, alma.
O medo ganha cor
Sentimento estúpido de culpa
Solidão
Objectos que se mantêm quietos e serenos.
Um cigarro apagado, imundo, sujo.
Cinzas
Álcool e droga.
Violência, violência, violência.
Mundo corrompido e podre.
Dor, dor, dor
Regras, regras, regras.
Mente aberta, liberal, pura, limpa.
Ilusão? Utopia? Saudade? Exibicionismo?
Simplesmente uma curta e vasta confusão.
Os sentidos apurados e gastos,
Usados, reciclados não.
Deitados numa lixeira onde nada cheira,
Onde não existe liberdade, respeito, amor.
Dinheiro, dinheiro, dinheiro.
Carros, ferias, casas, construções de vida.
Ambição, ambição, ambição.
Arte? Fama? Coragem? Cobardia?
Expressão! Vontade de mudar,
Corromper o mal, instalar o bem.
Amor, amor, amor.
Conhecem a palavra, não o significado.
Canetas ansiosas e violentas,
Sedentas de escrita.
Pincéis que dançam ao som das cores,
Guitarras que se movem, disformes,
Bailarinas imóveis,
Dedos frenéticos.
Sexo? Talvez
não sentindo
deambulando
Os corpos movem-se sozinhos,
Luzes apagadas.
Só mais uma vez, sussurrando, pensando a última
Quem somos? Que queremos? Que fazemos?
Chamam-me
não respondo
não me apetece
Velhice..algo tão temido
Tempo,
Passamos por ti com criticas mordazes e atrozes
Natureza, minha mãe que pariste e partiste
Tribalismo
rótulos
medo
cansaço
Críticas, dor, paz
Hipocrisia, sorrisos velhos e falsos
Ouro, ouro, ouro.
Faz falta a poesia, a música a pintura.
Arte
como te quero, desejo, anseio
As forças esvaíram-se e formaram um lago
Vermelho, sangrento, vivido, sofrido,
De desejo? De mágoa?
Grito em tons de mudez.
A luz trépida alcança a parede.
Ora se acende, ora se apaga,
Criando ilusões.
Um pato deitado.
Um dragão tapado.
Um rosto escondido.
Lençóis remexidos,
Almofadas vincadas.
Som de folhas de papel amarrotadas.
Caem no chão! Que barulho!
Custa olhar, não há luz
saudade
Um cigarro por enrolar,
Ansioso por uns lábios.
Em formas lânguidas e sensuais,
Criando umas mãos articuladas e compridas,
Um gesto teatral e imperioso,
Um pequeno orifício nos lábios,
Um amortecer de fumo entrando dentro de mim.
Que prazer!
Inspiro
expiro
Um novo gesto, desta vez, de misericórdia, e solto-o,
Liberto o fumo que prendia em meu peito
E deixo-o voar.
Espalha-se no ar
Intoxica e infecta
poderoso e largo
Esfuma-se nele próprio, nada, viaja,
Ondula-se, gesticula, frio e cruel.
E a mão ergue-se de novo num ritual vampírico e fantasmagórico.
(A imagem que coloquei, um abismo de beleza, pertence a um verdadeiro artista, chamado José Marafona. www.josemarafona.com).
Merda para as pessoas obsessivas.
Não tenho nada a ver com isso, não me importa, nem quero ouvir.
Sim...deixei-me envolver um pouco...a droga não ajudou...nem ajuda. Não descola.
E agora?
Agora deixa-me em paz...é tudo teu...eu não quero..
Então porque foi tudo aquilo?
Já te disse...momentos...brincadeiras...nao te preocupes com isso...
Pois...também disseste isso ao princípio!!!
Só acreditas se quiseres...e se te armas em mimada, até te digo mais...não foi porque eu não quis...a culpa não é delas...não julgues que é santidade...ohhh..vá lá...não chores....ainda vais vomitar de novo...eu gosto de ti mulherzinha criança...tens de deixar viver...agora larga-me e deixa-me sair desta história confusão que odeio este tipo de sarilhos...
Um contorno delineado de costas, mamilos rijos de juventude e o sexo perfeito em toda a sua naturalidade. Quem te desenhou??? O segredo dos deuses ficará guardado até que alguém te descubra.
Deitas-te na terra. No fundo do oceano. Cantas. Fechas os olhos e contorces-te. À velocidade da luz, ergues-te. Voas em direcção ao céu. O teu corpo gira à volta de ti própria. Descarregas no mar uma força incrível de luz, deixando tudo ofuscado de ti.
Não apareces nunca mais.
Deitada na cama, pensando sobre que mais, uma lembrança de um cheiro a momento.
Um olhar intenso. Um piano que geme tons de apatia. Vozes. Só isso me resta.
Um Santuário.
Quanto se quer. Quanto se deseja. Porn, strip, pin, punk, goth, metal, hip and hoping at least a nice end
Sobrevalorização de mim? Mania de superioridade???? E que tal um doce bailado?
Cair novamente na água
bolhinhas de oxigénio a rodearem o seu corpo, e sentir que afinal, há algo que gira à sua volta. Os braços, o cabelo, têm um cair mais lento. Os lábios movem-se e parecem querer sorrir.
Um corpo nu.
A beleza.
Nas fraquezas de um mórbido oceano corro lentamente ao som da chuva
a água é o belo que me rodeia e nada mais desejo senão o conservar de um momento que em breve será atraiçoado pela memória. As confissões de mim a mim própria largam-se, bailando. São vastas e leves. As algas, que são o seu cabelo, límpidas e longas, não se embaraçam. Pedem um ecstasy redundante, em forma de bola e sem cores. O bater rítmico ecoa e provoca.
Emprestou a alma. Agora pede. Já não existe nada sem ser a sua pele, frágil, suave, tenra. Aromas de inocência. A morte certa na penumbra
assim ela a espera. Ou corre para ela
um rochedo, um mundo mágico, pérolas, cristais, entoação, vazio.
Cair como uma cápsula. Cair numa cápsula. Um gesto tão fino como o engolir. Sucção. Sucção. Sucção. O filtro funcionou lentamente, esmagando-a.
Nada mais que movimentos
e lembrando os primórdios das suas existências, obtendo películas do que foi, sorri. Uma sofreguidão louca por quando não se sabe o desejo de fome. O sentido perdeu-se numa floresta. O ódio permanece disfarçado de jasmim.
Quando se começa a perder? Os vermes rodear-me-ão. Serei comida pelo fogo, pelas chamas, pelas labaredas frias daquilo que não fui. Querer ser. Tanto. O deixar algo para trás, ou apenas paralelo. Dar asas à imaginação e fugir: criar um mundo em mim. Já o fiz. A incompreensão é uma constante. O a, e, i, o, u apenas agora começou. A rebelião devastada por um só movimento. E voltar ao principio, ao maldito ciclo: MOVIMENTOS!!!!!!! Um Santuário.
Sinto-me a emergir para além de tudo. Estou bem...delicias os meus olhos, a minha imaginação, satisfazes o meu corpo.
Sinto calafrios no ventre. Apetece-me ter-te agora. E mais logo também.
Preciso de usar a imaginação...senão, asfixio.
A aflição do momento.
De ver tudo rodopiar à minha volta e sentir-me cair (finalmente) no abismo. Sentir o medo apoderar-se de mim e gritar por alguém, que nunca estive certa quem era.
Espero pela tua resposta...ou por uma resposta. Depositaste tantos sonhos em mim naquela noite..só quero um pouco de atenção tua...e afundar-me...
Derramar as vísceras...saltar para o sonho...correr para o meu mundo e inundar-me dele para sempre...
Queres vir?